domingo, 8 de agosto de 2010

Mar de Saudade

Carrego-te junto a mim mais do que pensava ser possível quando, na verdade, estás tão inatingível. Separados fisicamente, há sempre uma maneira, uma forma, de chegares junto a mim, de o teu nome estar presente em mim. Penso em ti, a cada minuto, a cada segundo quando consigo abstrair-me disto que me ocupa e navego no mar dos sonhos. Vagueio por entre ondas de saudade quando a calma se agita e me apercebo que gostava de te ter perto. Mas, na verdade, não estás. E nesta nova etapa que se aproxima sinto que te vou perder ainda mais e que isto, esta coisa tão vaga que não consigo definir, vai acabar por se perder no tempo e na agitação deste mar. Quero-te e não te tenho. Já te tive, não te queria. Preenches um cantinho tão especial que mesmo quando pensava que tudo não tinha passado de uma partida que este comboio, chamado coração me tinha pregado, sei agora que não consigo separar-me desse teu nome que te define. Parece que quanto mais me afasto, mais me puxam para junto de ti. Sinto-me tão dentro do teu mundo e só não te consigo atingir a ti. O comboio chamado coração circula sem parar e por tantas voltas que dê, acaba sempre na mesma estação. Pertences ao meu coração. E mergulho nesse mar de saudade e calma. Calma quando me abstraio, saudade quando para ti me puxam. Carrego-te junto a mim, muito mais do que pensava ser possível…

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Castelo de cartas

Quando pensei que finalmente tinha encontrado a forma mais simples de conseguir organizar todas estas ideias, apercebi-me no quão ridículo foi pensar, sequer, que isso era possível. Quando julgava já saber aquilo que queria, aquilo que merecia, aquilo que gostava….tudo se desmoronou. Caiu. Como um baralho de cartas tão sensível e belo, caiu.
Agrupei, carta por carta, as cartas minhas, partes minhas. Os valetes, as damas...as damas que vêm e não vão. Ficam….Os valetes que vão e vêm. Os que passam a reis. Os que são meros valetes. Os que ficam no meio, divididos com uma linha ténue que um simples gesto poderá destronar. Gentilmente construo o castelo começando pelos mais pequenos que são tantos e acabando nos grandes são igualmente tantos. E o topo da torre, não sei se haverá. Porque sempre que o construo, algo rapidamente o desmorona. E insisto, quando prevejo que até pode ser vantajoso. Mas por vezes, não provoco. Porque esse rei que tento posicionar pode descer a algo muito mais pequeno do que um mero valete. E preciso de valetes. Sempre que tento construir esse castelo de cartas ele desmorona-se e constantemente tenho que recomeçar.
As cartas são partes de mim. As figuras, as minhas pessoas. Sou um baralho. E o topo da torre? Existirá? …