quarta-feira, 20 de abril de 2011

Reconhecimento. Mérito. Sonhos.

Penso em todo um trabalho que passou. E se posso chama-lo de trabalho. Foram meses, dias, dedicados a algo que gostava mas que receava mostrar. Foi o dedicar o tempo a mostrar aos outros um pouco do que era capaz. E mostrar sem pensar em receber nada em troca. Apenas força, coragem, e a interiorização de que aquela dedicação era merecida. Hoje, quando me relembram esse tempo, hoje quando vejo que na verdade aquele esforço era reconhecido – embora poucos o tenham admitido – orgulho-me de mim própria. E foi isso que me levou a abandonar tudo o que tinha planeado e arriscar em algo mais improvável. Improvável para mim mas, ao que parece, previsível para outros. Foi arriscar numa brincadeira que se tornou algo tão real, tão sério, e que traçou o meu futuro. Nem que seja apenas uma aposta, sem arriscar nunca saberei. E aqueles para os quais trabalhei, aqueles para os quais dediquei (e, no fundo, ganhei) o meu tempo, que reconhecem o que fiz, que me apoiam, embora não exteriorize, são por mim queridos. Porque acredito que ganhei muito mais do que se possa imaginar. Porque conheci pessoas, conheci realidades. Conheci e conheci-me. E vi aquilo de que realmente gosto. E pode até nem dar em nada, mas ao menos saberei que tentei. Pode até nem dar em nada, mas saberei que naqueles meses, naqueles dias, significou algo para alguém. Mesmo que para poucos, significou algo. E hoje, olhar para trás e ver o que fiz só me faz acreditar que, se naquela altura consegui, agora poderei conseguir também. Mas pode até nem dar em nada. Mas os sonhos são para se seguir, para se lutar. E pelos que acreditam que sou capaz, por eles e por mim, lutarei. Porque, pelo menos, naqueles meses, naqueles dias, significou algo para alguém….