segunda-feira, 14 de junho de 2010

Castelo de cartas

Quando pensei que finalmente tinha encontrado a forma mais simples de conseguir organizar todas estas ideias, apercebi-me no quão ridículo foi pensar, sequer, que isso era possível. Quando julgava já saber aquilo que queria, aquilo que merecia, aquilo que gostava….tudo se desmoronou. Caiu. Como um baralho de cartas tão sensível e belo, caiu.
Agrupei, carta por carta, as cartas minhas, partes minhas. Os valetes, as damas...as damas que vêm e não vão. Ficam….Os valetes que vão e vêm. Os que passam a reis. Os que são meros valetes. Os que ficam no meio, divididos com uma linha ténue que um simples gesto poderá destronar. Gentilmente construo o castelo começando pelos mais pequenos que são tantos e acabando nos grandes são igualmente tantos. E o topo da torre, não sei se haverá. Porque sempre que o construo, algo rapidamente o desmorona. E insisto, quando prevejo que até pode ser vantajoso. Mas por vezes, não provoco. Porque esse rei que tento posicionar pode descer a algo muito mais pequeno do que um mero valete. E preciso de valetes. Sempre que tento construir esse castelo de cartas ele desmorona-se e constantemente tenho que recomeçar.
As cartas são partes de mim. As figuras, as minhas pessoas. Sou um baralho. E o topo da torre? Existirá? …