segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Necessidade

Fujo do que sinto. Minto-me a mim mesma. Não quero, não consigo admitir que algo posa acontecer. Não quero cair no mesmo erro, na mesma tentação. Por outro lado, não consigo fugir, não consigo ignorar. Tens um magnetismo especial que me fixa a ti. Mas tenho medo de me magoar, de te magoar. Regressa depois a ridícula necessidade de escrever. Essa capacidade que ignoro e desminto invade-me, suplica-me fervorosamente que produza algo, que faça algo. No entanto não consigo. Tento ignorar-te mas ao escrever só penso em ti. Não arranjo, não consigo descobrir, outra forma de escrever. Escrevo pensando em ti mas penso em não pensar em ti. Confundo-me. Preciso daquele alguém que arranca em mim frases filosóficas, tão ingénuas e verdadeiras. Aquelas frases tão lindas! Pareces cada vez mais ser essa pessoa. E eu…entristeço-me! Percebo mais que nunca que este fado é tristeza. Percebo aqueles que constantemente entregam o seu coração a alguém para depois o entregar ao papel. Ao amor pela escrita. Porque apesar de existir o dom, falta a inspiração. Entrego-me somente à caneta, ao papel, à imaginação. Porque podes nem ser tu essa fonte mas precisarei de ti, igualmente. Precisarei de ti, tal como de escrever.

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