Chorar. Chorar apenas. Sinto uma vontade enorme, inexplicável. Quero chorar, preciso de chorar. Sinto-me acorrentada a um corpo. Uma alma dentro de mim revolta-se. Quer sair. E eu não deixo. Sem ela, nada sou. Tornar-me-ia um mero corpo que habita sem realmente habitar. Sem alma, sou corpo que vive sem saber viver. Mas ela quer separar-se. Necessita de um momento de libertação, de fuga do eu e encontro com o nada. Lágrimas. Portadoras de emoções, tristezas sem luz, alegrias com sorrisos. Lágrimas porque soltam, porque quebram as correntes que aprisionam o eu a um corpo vulgar. Lágrimas porque doem e acalmam a dor. Lágrimas porque só vêm quando chega a verdadeira dor. Aquela dor tão bela que mesmo ferindo é a razão do meu ser. Dor que sinto mais que ninguém, dor ridícula de sentir. Posso sentir mais do que ninguém, mas essa é a verdadeira razão do meu existir. A dor. As lágrimas. As mágoas. Sinto demais, mais do que devia? Sim. Mas eu sou eu, única, verdadeira, genuína. E não sou como sou feita apenas de alegria. Sinto tudo, todas as emoções, ao mais profundo nível. Mas posso, assim dizer, que as sinto realmente. E quando realmente as sinto, necessito de chorar. Preciso de me libertar. Preciso dessa lágrima…
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1 comentário:
Muito boa esta reflexão!
Lágrimas normalmente são sinónimo de tristeza, mas também às vezes são sinónimo de libertação, como se junto com elas levassem todos os problemas, fizessem uma lavagem à alma.
Chora de tristeza, mas chora também de alegria, de desafios cumpridos, de metas alcançadas...
Beijinhos *_*
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