sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Lágrima

Chorar. Chorar apenas. Sinto uma vontade enorme, inexplicável. Quero chorar, preciso de chorar. Sinto-me acorrentada a um corpo. Uma alma dentro de mim revolta-se. Quer sair. E eu não deixo. Sem ela, nada sou. Tornar-me-ia um mero corpo que habita sem realmente habitar. Sem alma, sou corpo que vive sem saber viver. Mas ela quer separar-se. Necessita de um momento de libertação, de fuga do eu e encontro com o nada. Lágrimas. Portadoras de emoções, tristezas sem luz, alegrias com sorrisos. Lágrimas porque soltam, porque quebram as correntes que aprisionam o eu a um corpo vulgar. Lágrimas porque doem e acalmam a dor. Lágrimas porque só vêm quando chega a verdadeira dor. Aquela dor tão bela que mesmo ferindo é a razão do meu ser. Dor que sinto mais que ninguém, dor ridícula de sentir. Posso sentir mais do que ninguém, mas essa é a verdadeira razão do meu existir. A dor. As lágrimas. As mágoas. Sinto demais, mais do que devia? Sim. Mas eu sou eu, única, verdadeira, genuína. E não sou como sou feita apenas de alegria. Sinto tudo, todas as emoções, ao mais profundo nível. Mas posso, assim dizer, que as sinto realmente. E quando realmente as sinto, necessito de chorar. Preciso de me libertar. Preciso dessa lágrima…

1 comentário:

DeusaNocturna disse...

Muito boa esta reflexão!
Lágrimas normalmente são sinónimo de tristeza, mas também às vezes são sinónimo de libertação, como se junto com elas levassem todos os problemas, fizessem uma lavagem à alma.
Chora de tristeza, mas chora também de alegria, de desafios cumpridos, de metas alcançadas...

Beijinhos *_*