quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Tempestade

Férias. Como é habitual, fico mais um pouco deitada. Mas hoje, estranhamente, algo me parecia dizer para não ficar mais ali. Levantei-me. Abri a janela. Um friozinho agradável invadiu o quarto. Sorri para tudo. Ouvia-se o chilrear dos pássaros, pela manhã. Ainda tudo estava silencioso. Todo aquele silêncio me fez pensar o quanto é bom estar assim, sem nada planeado, sem compromissos. E, de repente, memórias do passado voltam, regressam inesperadamente, sem serem desejadas. E, por uns momentos, receio aquilo que pensava ser o que mais queria. O sonho de reviver momentos passados assombra-me, como uma tempestade de saudade, amor, ódio e desejo. Continuo a minha manhã, fazendo tudo aquilo que tenho a fezer. E, de repente, começa a chover. A Natureza parece ter escutado a melodia desafinada que nesse momento me assombrava. E acompanhou-a. Todos os pensamentos aos quais há muito tentava fugir, que há muito evitava, foram-me invadindo alternadamente. E todos eles me entristeceram. Mas agora, lá fora, a chuva começa a abrandar, como se já tivesse cumprido o seu objectivo. E quando a tempestade acabar, quando a chuva passar, voltarei a sorrir e a viver o dia plenamente, sem medo das consequências.

1 comentário:

Anónimo disse...

Da mesma maneira que temos a capacidade de atrair a tempestade para nós.. também temos a capacidade de a afastar..

bom texto.. gostei de ler :)